terça-feira, 19 de março de 2013

Trote violento, racista, homofóbico, machista na UFMG


"O “evento” do trote de cunho francamente AUTORITÁRIO, RACISTA, MACHISTA, VIOLENTO, HUMILHANTE, na Faculdade de Direito da UFMG e HÁ POUCO PUBLICIZADO apenas nos dá a certeza do distanciamento absurdo e assustador dessa Faculdade daquilo que se constitui o espírito da vida universitária.
Encastelados, egocentrados, narcísicos, auto-segregados, egoístas e totalmente distantes da vida comunitária da nossa universidade, e mesmo da própria diversidade social brasileira, que é parte constitutiva da nossa vida comunitária na UFMG, a experiência da “conversão” fanática ao ethos profissional do Direito é levado, nesse trote - como em um pesadelo delirante que, como qualquer sonho, é também uma realização (nesse caso sádico) de um desejo reprimido-, às últimas consequências. Como quem chuta na nossa FACE (ou FAFICH?) que “não queremos negros”, “não queremos mulheres negras”, “não queremos pobres”, queremos só nós mesmos, homens brancos, jovens, bem nascidos, de classes médias e altas, de camisa social e bigodes de nazistas, estes “veteranos” são os representantes legítimos da estupidez que se está a reproduzir e a perpetuar dentro mesmo de nossa universidade.

Rechaçam, mais uma vez (e, infelizmente, nem acredito que será a última), aquilo que se deveria esperar daquelas pessoas que serão, necessariamente e por ofício, na sua futura função, que deveria ser a de lidar com o espírito público, o espírito das Leis, a defesa da cidadania e da justiça. Rechaçam e pisam ruidosamente, sarcasticamente, publicamente, escandalosamente e por pilhéria e por puro desprezo transparentes, inegáveis, indiscutíveis e amplamente “fotografáveis”, a própria igualdade, a democracia e o(s) direito(s). Bons ensinamentos esses, "veteranos" da Faculdade de Direito, não é mesmo?! Vcs andam mesmo a "aprender a lição"!

Infelizmente, não posso dizer que esse “evento” esteja circunscrito à experiência e ao ethos das carreiras no Direito e mesmo nessa Faculdade apenas, ainda que neste ambiente privilegiado, tais “eventos” sejam muito rapidamente perdoáveis e ainda mais rapidamente esquecidos. E isso me entristece muitíssimo.

Foi também na UFMG que se teve um cartaz de evento de travestis e transexuais pixado com a suástica nazista... Foi na UFMG que se teve um muro de uma casa de comércio na Av. Antônio Carlos pixado com dizeres contra as cotas para negros na Universidade... É na mesma UFMG que tenho o desprezo de ter ainda que escutar os veteranos e calouros deos Cursos de Engenharia cantando “1, 2, 3, 4 na FAFICH só tem viado, 4, 3, 2, 1 eles dão para qualquer um”... Foi na UFMG que, em outro trote, uma mulher foi forçada a chupar um cassetete publicamente... Foi na UFMG que um aluno foi agredido fisicamente na moradia estudantil por ter se declarado abertamente homossexual... Ou seja: não se trata, na UFMG pelo menos, de um evento isolado e estranho à nossa cotidiana convivência. Também seria absurdo dizer que estas práticas sejam uma rotina. Ainda bem, não o são, ainda.

Tenho excelentes alunos e alunas - graduandos e pós-graduandos da e na UFMG - estupefatos, indignados e furiosos com tais eventos e lutando, cotidianamente, de sol a sol, entra e sai semestre letivo, e férias, para fazer da UFMG uma Universidade com “u” MAIÚSCULO: um lugar onde a diversidade, o pluralismo, o respeito, a solidariedade, o espírito público e a circulação edificante de idéias e de debates possam, de fato e de direito, florescer.

Mas, seja para as mídias, seja para as autoridades, que deveriam desvelar e tratar desses “eventos” com uma gravidade de ações de resposta à altura e proporcionais à ofensa à dignidade de nosso espírito comunitário em universidade que tais ações efetivamente representam, o que infelizmente temos é a resposta sempre lenta, tímida, administrativo-burocrática, onde não infrequente são “sempre as vítimas as culpadas”, quem denuncia ou se incomoda “são sempre as pessoas sem senso de humor e que não entedem uma boa piada, uma brincadeira”, e quem passa a mão na cabeça o faz justificando que os “jovens são assim mesmo”.

Dai, eu me pergunto: ATÉ QUANDO UFMG? Até quando seremos incapazes de realmente (RE)AGIR, nos omitindo diante dessas mais cristaloinas expressões da barbárie humana entre nós? Da barbárie do racismo? Da barbárie do machismo? Da barbárie da intolerância homofóbica? Da barbária do desprezo a todo diferente e às suas muitas diferenças?

Do espaço abissal que se estabiliza/ou e se perpetua/ou entre distancia da lentidão das nossas (re)ações e a lentidão iunstitucional de alguma rsposta coerente das nossas autoridades competentes, floresce a barbárie entre nós: livre, desenvolta, descarada, desavergonhadamente sarcástica e chutando cotidiamente a nossa face, a nossa fafich...

ATÉ QUANDO UFMG VAMOS VARRER TODA ESSA SUJEIRA PARA DEBAIXO DO NOSSO TAPETE? Até quando vamos nos silenciar e nos omitir diante desses "eventos"!?!

Profa. Marlise Matos
Departamento de Ciência Política
Coordenadora do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre a Mulher
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS"

segunda-feira, 18 de março de 2013

Bloco em combate às Opressões na marcha Nicolopes 2013

A Marcha da Nicolopes aconteceu no dia 16 de março e nós marchamos para mostrar que a gente quer transformar o conservadorismo e a lógica opressiva dessa Universidade!!!

CONTRA O MACHISMO, RACISMO, HOMOFOBIA!

Além da marcha, realizamos uma oficina de preparação de materiais super legal na sexta-feira, que contou com a participação de todos os grupos envolvidos no bloco!

Contextualizando todo mundo do motivo do bloco e também da nossa singela homenagem ao Vice Reitor Demétrius:

A ideia do Bloco contra as Opressões vem da articulação das organizações construtoras do Fórum de Políticas de Combate às Opressões da UFV realizado em 2012. Tem o objetivo de criar mecanismos de prevenção e combate às práticas de opressões na UFV.

Essas práticas fazem VÍTIMAS TODOS OS DIAS, e frequentemente são invisibilizadas, como NADA É FEITO, elas se perpetuam. Num contexto em que ainda são consideradas normais as várias formas de violência contra mulheres, negrxs e LGBTs, a luta dos grupos ligados ao combate às opressões na universidade torna-se ainda mais difícil quando não se encontra reconhecimento da administração da UFV, essa não oferece apoio para nenhuma atividade no campus que fortaleçam os grupos. Tampouco se percebe iniciativa ou interesse institucional em ações de conscientização para o combate ao racismo, (visível, p.ex., no descaso como a UFV está lidando com a implementação das cotas), ou para o combate das outras formas de discriminação e violência (contra mulheres e LGBTs).

É perceptível o AUMENTO DAS RESTRIÇÕES às entidades e movimentos progressistas exatamente num momento em que tentam se rearticular os grupos conservadores na Administração da UFV, além do incentivo à organização de uma juventude PARTIDÁRIA E DE DIREITA. O recrudescimento no trato com as organizações sociais e a implementação de uma POLÍTICA CONSERVADORA na universidade fazem parte da agenda do atual vice-reitor, PROF. DEMETRIUS, e isso vem crescendo o que significa a desvalorização da luta social e, dentro dela, a falta de incentivo às políticas de combate ao racismo, machismo e homofobia.
É por isso nós vamos colocar o nosso bloco na rua para mostrar que nós não estamos alheixs a todas essas movimentações e para dizer, com ousadia e irreverência: NÃO PASSARÃO!!

A gente quer mais condições de avançar no combate ao machismo, ao racismo e a homofobia: Demetrius, PSDB, esse bloco é pra você(s)!

Para ver mais fotos da marcha, clique aqui! 
Créditos da imagem desta postagem: Gabriela Gasparotto

segunda-feira, 11 de março de 2013

Informativo do CACIS - UFV





Informativo do Centro Acadêmico de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa traz a questão do dia internacional das mulheres em sua terceira edição!

Vale a pena conferir!

Bolsista do NIEG é homenageada pela Câmara Municipal de Viçosa

A Câmara Municipal realizou uma Sessão Solene especial, na noite da última quinta-feira (07), a Casa prestou homenagem às mulheres viçosenses em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. Cada vereador da Casa indicou uma mulher para dedicar Menção Honrosa, de acordo com a resolução n° 001/2004, que criou a homenagem.
Na ocasião, foram homenageadas 15 mulheres indicadas pelos vereadores, como forma de reconhecer a importância e o valor da mulher em nossa comunidade. Sendo elas:
Amélia Lopes Fialho de Freitas, pelo Vereador Sérgio Norfino (PSDB);
Antônia Soares Brandi, pela Vereadora e Vice-Presidente da Casa, Marilange Pinto Coelho (PV);
Aparecida de Oliveira Soares, pelo Vereador Sávio José (PT); Eunice Alves Nogueira, pelo Vereador Alexandre Valente (PSD);
Geralda Maria de Oliveira, pelo Vereador Geraldo Deusdedit Cardoso (Geraldinho Violeira) (PSDC);
Iara Teles de Sá, indicada pelo Vereador Marcos Nunes (PT);
Inez Silvino Maia, indicada pelo Vereador e Presidente da Casa, Luis Eduardo Figueiredo Salgado (PDT);
Iris Maria Eloi, indicada pelo Vereador e Secretário da Mesa Diretora, Lidson Lehner (PR);
Izabel Baptista Dias, pelo Vereador João Januário Ladeira (João Josino)(PR);
Maria das Graças da Silva, pelo Vereador Paulo Roberto Leal (Paulinho Brasília) (PPS);
Maria Noêmia Ferreira, pelo Vereador Geraldo Andrade (Geraldão) (PTB);
Neuza Maria Santana da Cruz, pelo Vereador Helder Evangelista (Cherinho) (PHS);
Odete Pedra Firmino da Silva, pelo Vereador Edenilson José de Oliveira (PMDB).
Rita Maria Gomide, pelo Vereador Carlitos Alves (Meio Quilo) (PDT).
Rosângela Cardoso de Carvalho, pelo Vereador Idelmino Ronivon da Silva (PC do B). 
Cada homenageada recebeu uma Menção honrosa, que trazia os seguintes dizeres: “A Câmara Municipal de Viçosa, por indicação do Vereador... presta homenagem à... em comemoração ao Dia Internacional da Mulher”.
Os vereadores também em forma de reconhecimento ao trabalho das servidoras, funcionárias e estagiárias da Casa, realizaram a elas uma singela homenagem.  As demais mulheres presentes receberam uma flor em consideração a representação da mulher na sociedade.
“A Câmara Municipal reconhece todos os perfis de mulheres do município pela sua força, sensibilidade, coragem e dedicação. Esta justa homenagem vem demonstrar a preocupação do Legislativo com as causas das mulheres”, finalizou o Presidente, Luís Eduardo Salgado. A solenidade emocionou as mulheres, familiares, amigos e companheiros que estavam presentes no Clube Campestre.
A mesa da cerimônia foi composta, pelo Presidente da Casa, Vereador Luís Eduardo Salgado (PDT); pela Vice-Presidente, Vereadora Marilange Pinto Coelho (PV); pelo Secretário da mesa diretora, Vereador Lidson Lehner (PR); pela Reitora da Universidade Federal de Viçosa, Professora Nilda de Fátima Ferreira Soares; pelo Vice-Prefeito do município, Ângelo Chequer; pela Secretária Municipal de Educação, Gláucia Coutinho Ramos d´Antonino; pela Presidente da OAB Viçosa, Vanja Honorina.


terça-feira, 5 de março de 2013

Programação para o dia 8 de março

 
Pessoal, como tod@s sabem, dia 8 de março é o dia internacional das mulheres!
No entanto, não queremos flores, não queremos apenas comemorações, mas
entendemos que é um dia de luta, assim como todos os outros das nossas vidas!

Por meio deste, convidamos a tod@s para participar, no dia 8 de março, 
às 14:00 no Departamento de Arquitetura (DAU), da mesa redonda "Mulher, Sociedade
e Arquitetura", coordenada pela professora Luciana Bosco. 

Já no dia 9 de março (sábado), faremos panfletagem na feira a partir das 8:30 hrs. 
E depois caminharemos até a praça Silviano Brandão (praça da igreja Matriz) 
para apresentação de teatro do grupo "Rede de Enfrentamento da Violência Contra as
Mulheres" a partir das 09:30 hrs e também panfletaremos por lá.
 
Outros eventos ocorrerão ao longo desta semana e também na semana seguinte na
Universidade Federal de Viçosa! Deixaremos tod@s vocês por dentro de tudo!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Projeto Narradores da Cidade exibirá o filme o filme "Paredes Pintadas"!

Retomando as atividades de 2013, o projeto: Narradores da Cidade: "Mostra de Filmes Etnográficos e Cinema", do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Viçosa, exibirá no dia 08/03/13, (sexta-feira), as 15:00 horas, o filme "Paredes Pintadas" (2010, 76') do diretor Pedro Santos. A sessão acontecerá no DER (Departamento de Economia Rural (UFV). A entrada é gratuita e aberta a toda a comunidade viçosense. Logo após o filme um bate papo sobre o filme.

Vale a pena conferir!

Sinopse:

"Em 1964, um golpe civil-militar inaugurou um período em que o Brasil seria governado pelas Forças Armadas. O documentário "Paredes Pintadas" traz as lembranças de quatro mulheres que lutaram contra o regime. Dulce Maia, Sonia Lafoz, Renata Guerra Andrade e Damáris Lucena foram militantes da organização clandestina Vanguarda Popular Revolucionária (VPR). Hoje, mais de quarenta anos do dia do golpe, elas se lembram do tempo em que o país estava sob o comando dos militares. Mas quando as próprias memórias vêm à tona, existe um passado que insiste em não passar..."

Data: 08 de Março
Local: Departamento da Economia Rural (UFV).
Horário: 15:00hs
Entrada gratuita!


Para conhecer mais sobre o projeto, acesse o blog!

domingo, 3 de março de 2013

Que todos os homens entrem na luta pelo combate da violência contra as mulheres!


Na semana passada houve ampla divulgação desta campanha internacional de combate à violência contra as mulheres criada pelo Banco Mundial nas redes sociais. No primeiro momento, pensamos que é muito legal que atores globais entrem para a campanha pelo enfrentamento das violências contra as mulheres, que a Secretaria de Política para as Mulheres traga os homens também para esta luta diária! No entanto, devemos nos atentar pelo fato de que a campanha traz argumentos que, há muito tempo, tentamos abolir, o tal conceito de “homem verdadeiro”. Qual seria então a caracterização deste homem verdadeiro? A reprodução do que o machismo nos prega diariamente, com os homens másculos, aqueles homens com H, que mantém a casa, possuem vida sexual ativa com outras mulheres, bem sucedidos, não choram, não demonstram sentimentos, e por aí vai... Que a intenção da SPM é boa, não podemos negar. Mas devemos questionar sobre a transversalização de saberes entre as Secretarias e Ministérios. Não podemos acabar com a violência contra as mulheres reproduzindo estereótipos machistas na sociedade! Temos que defender a vida de todas as mulheres e que todos os homens entrem nesta luta, sejam eles “verdadeiros” ou não!