No primeiro momento cultural, poemas como "Sou Negra" e "Me Chamaram Negra" de Victoria Santa Cruz. Eles foram declamados por Francy e Beatriz Gomes, pedagoga e integrante do NIEG.
Para Francy, a temática é de suma importância. Ela contou que no mês passado, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou uma pesquisa que relata que após a promulgação da Lei Maria da Penha, a violência contra a mulher não diminuiu e, pelo contrário, chegou até a aumentar, gerando o termo feminicídio. O feminicídio é o assassinato da mulher devido ao seu gênero, ou seja, a mulher é morta por ser mulher simplesmente.
"A discussão contra a mulher já foi iniciada. Qual é a discussão agora? Violência contra as mulheres negras, que ocorre devido a diversos contextos: essas mulheres são tidas como faveladas, sem instrução e o homem ainda as vê como posse, objeto" - disse. Francy também trouxe dados importantes para a conversa: 65% das mulheres que sofrem violência são negras e 85% são nordestinas: "essa situação é absurda no século XXI e a discussão sobre o tema é fundamental. Fiquei muito feliz de ter sido convidada para discutir a invisibilidade da violência contra as mulheres negras" - falou a mestranda. Toda sua fala foi pautada na violência contra as mulheres negras, os esteriótipos embutidos a essas mulheres, e o racismo.
A professora do Departamento de Educação Física, Jaqueline Zeferino, entende que a discussão sobre gênero e diversidade é de suma importância: "desconhecemos a realidade cigana, negra, indigena. Temos dificuldade de entender essas mulheres (ciganas, negras e indigenas) Os movimentos sociais já estão fazendo essa discussão (sobre a diversidade das mulheres). É importante trazê-la para a universidade agora" - disse.
Zeferino contou de sua experiência com tribos indigenas no Mato Grosso, de onde acabou de voltar de uma agrupação que reuniu dois mil indígenas, com 48 etnias diferentes. A professora trouxe dados importantes sobre a realidade da mulher indígena: uma a cada três indígenas é vítima de violência sexual.
Após as falas, a plenária foi aberta para perguntas.
Francy Silva, Beatriz Gomes e Jaqueline Zeferino durante a plenária. |
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